quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A MINHA FAMILIA

De repente o Pedro olhou para mim e perguntou: E Erasmus? Já te passou pela cabeça fazer?
Erasmus? Ir estudar para outro país durante 6 meses? Deixar toda a família cá e partir? Embora não seja por muito tempo não sei se tenho maturidade para viver sem os meus pais. Gosto de me fazer de muito adulto e tal, mas o que é certo é que sou mesmo um menino. Gosto de saber que se me acontecer alguma coisa, eles estão à distância de um telefonema. Tivemos os nossos problemas e sofri muito com atitudes deles mas as coisas mudaram e eu cada vez me sinto mais próximo dos meus pais, especialmente do meu pai (por mais incrível que pareça, o meu pai é neste momento um dos meus grandes confidentes, depois do Pedro e da Mummy). O meu pai e eu estamos mais próximo de mim do que do meu irmão, tenta saber como me sinto, como é o meu relacionamento com o Pedro. Pensar que houve uma altura que os meus pais não queriam que o Pedro fosse lá a casa, agora estão sempre a insistir que ele jante lá, perguntam se fico lá na casa dele, se ele fica na nossa. Mas quando eu digo que fica cada um na sua casa, vejo que o meu pai fica super contente e arranja logo coisas para fazermos, filmes para vermos. De repente o meu pai transformou-se numa versão mais gordita e menos intelectual do pai do Pedro. Se vivessemos nos Estados Unidos ainda o via de bandeira de PFLAG numa qualquer parada gay.
Já a minha mãe faz do Pedro a sua cobaia para tudo o que é pratos novos, quem o conhece sabe que o Pedro come por 2 ou 3 e nunca engorda. Eu sei para onde vai a comida que ele ingere. Sei e já senti (bolas que o "rapaz" dele está cada vez maior...). Enquanto os pais do Pedro estiveram de férias, sempre que eu ia a casa, que era todos os dias antes de almoço, a minha mãe tinha uma embalagem com o jantar para mim e para o Pedro, ou então tinha um convite para ele ir lá jantar. Aliás, a minha mãe diz que ele já nem precisa de convite, há sempre comida a contar com ele, especialmente se os pais dele estão fora.
A pessoa mais difícil de "dar a volta" foi mesmo o parvo do meu irmão. Acho que nunca falei aqui dele, é mais novo do que eu e vou chamar-lhe André porque não me parece bem que divulgue o nome dele sem a sua autorização e o gajinho é muito chato nesta cenas. Não me dou assim muito bem com ele, embora já tenha sido pior, mas não tenho muita paciência para as cenas infantis dele, passa o tempo a falar de carros e miúdas, a jogar uns jogos muito estranhos na PS3. Não me perguntem o nome porque não sei, só sei jogar uns jogos de apanhar coisas, tipo o Croc e pouco mais. Ás vezes gostava de conseguir conversar com ele e vejo que ele também às vezes me quer perguntar coisas, já o conheço...mas não sei como o abordar. Eu se que ele tem um bocado de ciumes do Pedro e do meu pai, já me disse nas vezes que discutimos que depois do Pedro nunca mais lhe liguei nenhuma e que o nosso pai agora é tudo eu...Complicado o rapaz.
Mas o Pedro é o Pedro, quando vai lá a casa, tem sempre um tempinho para jogar com o André e conversar com os meus pais. Gostava de ser como ele, mas não sou. Como dizia outro dia a Mummy, o Pedro é a pessoa que conheço mais perto de ser perfeita (não tem nada a ver com o tamanho do "rapaz", é mesmo porque consegue que praticamente toda a gente se derreta com ele...)
Mas voltando ao inicio da conversa, acabei por dizer ao Pedro que não tinha pensado no Erasmus nem tão cedo quero pensar, pode ser que no fim do curso mude de ideias, por agora quero os meus pais e até o meu irmão perto de mim. O Pedro concordou e disse que no final do curso falávamos nisso, para irmos para o mesmo sitio, para experimentarmos viver juntos antes de casarmos.
Por agora, assunto encerrado
Rich

1 comentário:

  1. O programa Erasmus termina em 2013, não sei se sabem.
    Mas, certamente que depois existirão outros acordos do género entra as universidades...

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