quinta-feira, 15 de setembro de 2011

VIDA FAMILIAR

OK, confesso que de repente me deu uma veia mais rebelde que não sei bem de onde veio. Começou com a cena do elevador (que parece que chocou algumas pessoas, mas olhem...temos pena, não queremos ser "role models" de ninguém), depois foi as tatuagens e hoje resolvi fazer um piercing na língua. Hoje como não vou estar com o Rich, dá tempo para a língua desinchar...depois deste post já ele vai saber...vai-se passar, se bem o conheço e acho que o já conheço um bocado ao fim de 2 anos. Estou aqui sentado no quarto depois de ter alterado umas coisas aqui no quarto com gelo na língua. Tenho a sorte de ter uns pais...bom, os meus pais são as pessoas mais espectaculares (como pais, claro), o meu pai disse que eu tinha de ter cuidado enquanto o furo não sarava por completo, que talvez fosse melhor o Rich usar um preservativo enquando eu lhe fizesse sexo oral (OK, que pai fala disto com um filho gay com 19 anos? O meu, claro). A minha mãe durante o jantar não tirava os olhos de mim e de vez em quando dizia para eu mostrar a bolinha amarela. Claro que o facto do meu pai ser musico e a minha mãe restauradora de arte explica a sua abertura em relação a tudo. Nunca me senti menos do que qualquer outro rapaz, porque sou gay, pelo contrário. Os meus pais só me perguntaram se eu precisava de um psicólogo. Quando eu disse que por agora achava que não, ele só me disseram que se precisasse eles estavam ali. Geeez, eu adoro os meus pais.O meu pai foi ainda mais longe e perguntou-me se havia cá alguma organização no género da PFLAG, mas eu não sabia e ele acabou por ir à ILGA e eles lá falaram com ele.
Sei que tenho um sorte bestial por ter uns pais assim e que parece que tenho uma vida familiar idilica, mas também não é assim, sinto-me muitas vezes sozinho porque não tenho irmãos, o meu pai vai muitas vezes para fora com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e a minha mãe quando está de volta das coisas dela, seja de volta de moveis ou dos quadros, apaga do mundo real e eu fico sozinho. Quando era miúdo e ficava na casa dos meus avós dizia muitas vezes que os meus pais não gostavam de mim, o que os meus avós sempre negaram e uns 10 anos depois vejo que eles sempre tiveram razão.
Mas de um modo geral, tenho uma vida familiar muito rica. Mas continuo a achar que eu seria bem mais equilibrado se tivesse um irmão ou uma irmã...

Pedro

1 comentário:

  1. Podes dizer ao teu pai que existe a AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual) que se destina a pais e mães com filhos LGBT - http://amplosbo.wordpress.com/.

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